Minhas palavras ecoam dentro do vazio da minha existência. Não existe espaço para tamanha dor ser comigo. Meu ar se fecha. Por um instante, eu queria apenas tocar as estrelas; queria apenas sentir o toque de suas mãos em meu ombro.

Nunca entenderei por que tudo isso se transformou em tanta fúria, em tamanha revolta. Tudo o que você toca acaba tomado por essa fúria. Eu apenas não estou mais disposto a debater com aquilo que você chama de lealdade, quando, na verdade, você já não quer mais estar aqui.

Pensar que você faz parte desta guerra inexplicável dói. São as palavras que tornam tudo tão complicado. Você vê as coisas, mas não compreende que eu não estou aqui para te servir. Você nunca esteve, então por que eu ainda estaria?

Carrego feridas do seu passado, feridas que você insiste em impor. Sua fúria arranca de nós a vontade de existir. Não consigo ver nenhum favorecimento nisso. Pelo contrário, você desperta em mim a vontade de não estar mais ao seu lado.

Você torna tudo ainda mais difícil. Você vê as pessoas pelos outros, mas vê seus próprios filhos como inimigos, mesmo após tantos anos de ajuda. Nada apaga a existência das nossas brigas, nem o fato de sermos reféns de lembranças ruins de um passado ainda vivo.

Vejo apenas feridas que nunca serão apagadas. Você abriu um grande abismo na minha existência, e eu já não queria mais viver.