Exponho meu rosto neste chão, pedindo que tudo isso fosse mentira — tudo o que construímos e que foi reduzido a ruínas. Nossas mãos expostas revelam tantos fatos; viemos ao mundo em pedaços, mas não admitimos nossos erros. Expomos nosso rosto, mas nos tornamos fracos por acreditar que somos melhores que os outros. Fazemos de nossas incertezas meias-verdades, proferindo palavras que nunca mais retornam como antes.
Estamos embriagados por tantas coisas malditas, carregadas por palavras que apenas queriam frear nossas línguas recorrentes. Neste mundo, somos tudo aquilo que a humanidade fraca teme admitir: "Eu". Mas perante o mundo, tudo foi jogado aos sete ventos. Não entendo como as pessoas possuem o poder de diminuir o outro. Então, eis aí: tudo o que você alimenta em ser não pode torná-lo herói, mas vilão de sua própria existência.
No presente, carrego tudo o que você me fez de mal. Suas palavras já não me machucam, mas talvez você pense que coloca cravos em meu caminho. Saiba que, no final, são cravos que você mesmo deveria colher. Na margem do acerto, isso pouco me importa. Talvez eu seja egoísta por reconhecer que você já foi um tudo para mim. Mas hoje, não lamento sua perda. Estou cansado do fardo que carrego.
Muitas vezes, acredito que posso superar seus grandes feitos ou fracassos. Com tanta liberdade, não posso ser apenas um mero rapaz carregando as mágoas da sua vida. Um mundo feito de lágrimas e marcado pelas suas faltas. Eu desejo, e quero, que você veja em mim grandes feitos, mesmo sabendo que tudo isso pode levar ao abismo profundo da sua existência. Uma existência destruída por suas próprias mãos.
Que mundo é esse, onde tentamos entender o guardião que ora é herói, ora é vilão em nossas vidas?
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