8 de jun. de 2025

 

Então viemos ao fim.
No fundo deste poço, já não há mais recomeço.
Que ele me cubra, então.
Vim de cada partícula quebrada,
partes minhas que se despedaçaram tantas vezes
pela falta do seu amor.

Percebi que até aqui, no fundo do chão,
a dor cabe por direito.
E vemos juízes com suas pedras,
tentando impor seus desejos,
usando escudos para justificar a vontade de mudar o mundo.

Muitas vezes deixei o fardo cair das minhas costas.
Por um momento, perdi.
E fui levado ainda mais fundo deste poço,
gritando para que o mundo visse
o quanto falta amor — amor por si mesmo.
Mas talvez nem isso seja verdade.

Muitas vezes, silenciamos por medo,
por vaidades humanas que se recusam a reconhecer os próprios erros.
Pessoas dominadas pelo tamanho do seu ódio,
capazes de pisar sobre mim por meros caprichos.

Viemos ao doce amargo deste poço —
onde finalmente nos encaixamos.
Você foi minha maldição e minha perdição.
Tudo aquilo em que acreditei…
Talvez nunca tenha sido real.
Talvez tudo esteja mal por dentro.

Sua vaidade diminuiu até os sonhos dos outros,
espalhando um mal-estar que nem sei nomear.
Não quero mais estar aqui.
Mas às vezes, por tua causa, me perco.
E me perco de novo.

Não entendo esse complexo que é o mundo,
essa fatia de nós que sofre por não caber.
Um mundo perplexo com a própria vaidade,
cheio de juízes… ou caras de pau,
que colocam o próprio “merecer” acima de tudo.
Esses jamais poderão amar —
só odiar, como o pior dos inimigos.

Cruéis.
Avacalhadores.
Doentes.
Pessoas que fingem ser tudo o que gostariam de ser.
Mas o mundo não precisa sangrar
por aqueles que se julgam deuses.

Tudo isso está em nossas mentes.
Nos tornamos meros ecos,
meros egoístas,
meros engrandecedores do próprio refúgio.
E eu…
eu me tornei pó em sua existência.

O mundo precisa de menos juízes.
Mais amor.

Deixa tudo como está.
Deixa a vida seguir com seus desejos vazios.
Serei apenas um nada,
lá no fundo deste poço,
que vai continuar como está.

Você não salvará ninguém.
Eu serei apenas um eco apagado em sua existência.
E seremos apenas juízes de tudo o que foi feito.
E assim, até o meu existir desaparecerá.
E não deixarei mais espaço para amar o mundo.

Um comentário:

Mel Reis disse...

Parabéns cara, você foi fundo e creio que outras pessoas que lerem irão se identificar,o importante e você seguir em frente,pois você tem a vida inteira pela frente pra ser feliz. Parabéns,top demais.

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