Não vejo caminhos. A trilha sumiu.
Não vejo portas se abrirem — tudo complica quando tento pensar.
O mundo gira ao meu redor e me sufoca.
Então, prefiro tomar meu lado, fazer minha escolha.
Fecho os olhos pra todos que viram minha dor,
Gente que foi solitária até pra aquilo que importa: viver.

Mas quando vejo alguém caído, sofrendo,
Imagino as escolhas que a gente ainda vai ter que fazer.
Tento manter a mente firme nesse mundo onde fui jogado.
Não ligo pro que falam de mim.
Esse mundo é sério… e triste.
Vejo todos fazendo suas escolhas, e entendo:
Chegou a hora de dar a volta por cima.
Meu destino tá selado.
Pra quem levar tudo de mim, lembre: o que vai, volta.
Pode levar tudo, menos o meu amor supremo.

Por que correr… se você tá tão longe?
Se as pessoas nem conseguem ver o amor em mim?
Os esquecidos apagam minhas memórias.
Muitas vezes, preferi nem estar neste mundo.
Me vejo distante de tudo que sou.
Só respeito os grandes feitos —
Mesmo sendo o vilão, por não viver suas “verdades”.

Então fecho os olhos…
Imagino outro lugar.
Quando estou longe dessas meias-verdades,
Fica claro: tudo que passei, tudo que venci…
Estar longe foi o melhor.
Reconhecer a dor é diferente de ficar preso nela.
Este mundo — esse mesmo — já foi meu inferno.

Imagino o fim.
Eu, sozinho. O paraíso, talvez.
Sem você. Sem ninguém pra encher meu saco.
Que você sinta a minha presença e isso te incomode.
Que tudo que eu sou, tudo que eu faço,
Te irrite, porque é verdadeiro.
Eu abro meu coração pro amor — amor de verdade.
Mas fecho ele pras suas mentiras.

Não preciso de bajuladores passando a mão na minha cabeça.
Percebo que você me leva pra um caminho que não é meu.
Minhas emoções se distanciaram daquilo que eu fui.
Só não quero que as pessoas fiquem presas como eu fiquei.
Ninguém merece isso.
Quando você age como um mero mentiroso,
Suas palavras viram ameaças.
Revejo minha rota. Fujo.
Longe de ti.
Não quero ser o bobo que fica calado e aceita pedra nas costas
Das mesmas pessoas que te bajulam.

Prefiro sumir da sua vida.
Não estou bem. E você tá fora.
Quero buscar a luz em meio a tanta mentira.
Quero que você veja o mal que causou.
E que perceba: é canalha, sim.

Quero tomar outros rumos.
Ir embora.
Ignorar sua presença que me incomoda.
Imaginar meu filho…
Ele não é um robô.
Não aceito calar ele.
Ainda sou pai.

Ter filho com o coração podre?
Proteger os outros contra mim?
Que tipo de pai faz isso?
Só é macho quando tem plateia.
Falso. Sem caráter.
Fala mal de todo mundo.
Não vale uma nota real.
E se for embora, ninguém vai sentir falta.

Não tenho orgulho nenhum.
Só quero que me deixe em paz.
Quero que ele veja o amor de verdade.
Que aprenda a amar sendo verdadeiro,
Sem se esconder nas pessoas.

Hoje você não é nada além de um garoto carregado de ódio.
Uma vida cruel.
Um mundo onde nunca erra —
Só os outros são os errados, né?
Tudo em você é uma farsa.
Quando te olho, sinto nojo.
Você me perturba.

Na rua é doce, mas em casa é veneno.
Sua presença assola minha mente.
Diferente de outras pessoas…
Você é uma tormenta. Uma grande charlatanice.

Tô sem saco pra ouvir.
Tô sem saco pra discutir.
Só quero ir embora.
Sem olhar pra tua cara.
Sem plateia de amigos bajuladores.
Que pensem o que quiserem de mim.
Louco? Que pensem.
Mas um dia vão engolir tudo que fizeram.

Vão pagar o preço.
Deixaram dentro de mim só ódio, raiva, rancor.
Me vejo em chamas.
E foi você quem acendeu.
Então pague. Queime junto.
Você também.

Sua mente é rasa.
Seu ego é um eco vazio.
Tudo que fala é superficial.
E por isso, eu fecho os olhos.
Pelo desgosto.
Por mim.
Por nós.