Por estar em qualquer lugar, mas não querer estar, sinto que a minha liberdade se perde. Sei que as pessoas se machucam, porque as palavras que elas dizem sempre se repetem — e, no fim, se partem. Você saberá que não é parte de ti.
Por um instante, estive aqui, olhando firme nos seus olhos, mas nada saiu dos meus lábios. Aperto tanto dentro de mim que isso me fere. Não consigo resistir à onda de tormenta que me atravessa. Isso só gerou em mim a vontade de fazer parte do que você é. Então, busquei a paz dentro de mim.
Meu coração, porém, sempre se encontra ferido, porque sei que o tempo destrói partes de nós. Ele lamenta muitas perdas, mas ainda assim preciso seguir. Nos últimos instantes, sinto vontade de abrir meus lábios, mas eles se fecham rápido demais. Você esteve aqui, ao meu lado, e mesmo assim não me viu.
Qualquer coisa que eu diga pode liberar uma fúria em você. A todo momento vejo partes de mim sangrando — partes que quase ninguém conhece, que nunca viram quem realmente sou. Para que tanta dor? Sentimentos viram lágrimas em meu rosto. Qualquer gesto pode ser ruim para ti, mas o que faço me faz sentir.
Uma parte de mim está sendo enterrada num buraco, junto com aquilo que era bom demais. Não sei onde estarei, não sei que destino meus gestos tomarão. Apenas percebo que você sempre esteve aqui para me mostrar o que nunca esperei de mim mesmo. Mas já não quero que me veja. Não quero que saiba que ainda há partes de mim vivas. Prefiro a distância de tudo o que me fez mal.
Ainda ouço sua voz gritando dentro de mim, colocando pressão. Isso me destrói, me adoece. Só quero distância de ti. Não sei onde vivemos de verdade, nem o que buscamos. Imagino tudo ao meu redor mexendo com nossos sentidos, mas, em meio a isso, só vejo os meus sentimentos ruins me corroendo.
Palavras lançadas ao vento rasgam o que resta. Talvez eu seja a sombra que te atormenta. Talvez toda dor precise de um adeus. Mas esse adeus pode ser apenas o começo. Palavras crescem, sentimentos se transformam.
Nada apaga a tormenta de estar ao seu lado. Não sei qual momento de mim é verdadeiro. Meus medos destruíram muralhas que juntos construímos. Então não me peça para parar. Sozinho, vou buscar o melhor para mim.
No calor das emoções, falamos o que não deveríamos, fazemos escolhas erradas. Mas até disso nasce algo: um vício, uma lembrança, um eco que interfere no que somos.

Nenhum comentário:
Postar um comentário