Não quero ter pesadelos sobre minha infância. Você foi meu maior inimigo. Tudo o que eu fazia parecia não significar nada para você. Sua mentalidade fria me fez perceber que todas as marcas que você deixou foram piores, porque só me deixaram com mais feridas emocionais.
Quando suas palavras me atingem, fazem grande estrago. Quando brigamos, nada termina bem. Você me fez perceber que pessoas como você seriam melhores se não existissem. Por sua culpa, aprendi a te odiar. Nunca mais serei a mesma pessoa. Quando você para, sinto nuvens pesadas; você traz dor. Suas palavras me fizeram sentir nojo, como se tudo o que tocasse se destruísse — porque eu me tornei obra do seu mal.
Todas as lágrimas que derramei, cada corte nos meus pulsos, foram para tentar lidar com o sangue podre que você me fez sentir. Você tem vergonha de dizer que sou sua obra mal feita, mas me maltrata e despreza. Não consigo olhar nos seus olhos; sua presença me causa nojo. Não consigo sentir amor, apenas dor. Sinto-me vítima de todas as maldades que você praticou. Nada do que faço parece valer; apenas confirmo que sou fruto do seu mal.
Não consigo me colocar no mundo sem sentir o peso das suas ações. Tudo que toco parece destruído, e, ao mesmo tempo, sou vítima do que você fez.
Tudo parece bem por fora, mas sei que suas “verdades” podem não significar nada. Quero que você entenda: você não foi importante, e nunca foi. As pessoas ao seu redor têm mais valor do que você percebe. Nunca vi saídas; tudo que faço parece inútil, alimentando sentimentos que para você não significam nada.
Nunca sentiu como é ver seu filho de verdade. Todas as portas que abri, todas as oportunidades que criei, você nunca deu valor. Para mim, foram essenciais para meu crescimento, mas você não deu importância. Por instantes, senti vergonha de mim mesmo, de cabeça baixa, observando as pessoas.
Por instantes, desejei que você tivesse colocado o mundo de forma diferente, que tivesse coragem de valorizar seu filho. Mas não viu as oportunidades, não deu valor às flores que ofereci. Não há saídas. Me deixe ir embora.
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