Não são palavras que guiam destinos, nem atos vazios que moldam homens de verdade. Você nunca aceitou minhas escolhas. Sempre ergueu muralhas contra mim, sempre se escondeu atrás de máscaras baratas. Diante dos outros, ergue o estandarte da “verdade”. Mas por trás, é apenas sombra: mentiroso, sem caráter, incapaz de enxergar além do próprio reflexo.

Prefiro ser visto nu de máscaras, mesmo com falhas expostas, do que viver no teatro sujo em que você se esconde. Porque caráter não se veste de fantasia. E você... você nunca o teve.

Neste fim de mundo, percebo: sua vida foi sempre estar contra mim. Suas palavras não constroem, apenas corroem. Suas mentiras não alimentam, apenas sufocam. Você cala, distorce, manipula, acreditando que pode apagar a verdade com o peso das suas máscaras. Mas não há disfarce eterno. Quem planta engano, um dia se afoga na própria colheita.

Um dia, talvez, você olhe nos meus olhos e veja o que semeou: dores, ruínas, cicatrizes. Mas até lá, segue preso à sua tirania de palavras ocas, julgamentos rasos e condutas tortas. Eu não serei visto pelo espelho que você distorce. Não. Cada semente lançada na mentira germinará espinhos, e todos eles irão lhe ferir.

Você só ofereceu restos, desculpas frágeis e ideais podres. Fingiu ser grande para o mundo, mas dentro de casa mostrou a covardia — cruel até com o próprio sangue, espalhando tormenta e silêncio. Enquanto eu lutei para dar força e erguer quem caía, você jogava tudo às traças, acreditando ser maior que o amor.

Hoje, não acredito em nada do que sua boca proferiu. Seu olhar é vazio, sua fala é veneno. Você é tóxico, e a única saída é a distância. Quero respirar longe de você, sem o peso das suas mentiras, sem o eco do seu veneno.

E que os dias lhe tragam arrependimento. Que o espelho lhe mostre os erros que sempre negou. Que encontre paz com seu filho — se ainda houver em você algo de humano. Que aprenda, enfim, que quem semeia tormenta jamais colherá amor.